ACERVO HECO
A Heco Produções adquiriu os direitos patrimoniais de filmes produzidos na Boca do Lixo nos anos 1960 e 1970, os quais gerencia e comercializa. São 56 filmes ao todo, de diretores como Carlos Reichenbach, José Mojica Marins, Jean Garret, Ody Fraga entre outros. Essa coleção inclui o Acervo Ozualdo Candeias, que compreende grande parte da filmografia do diretor e seu acervo de fotografias. Para obter informações detalhadas sobre exibições, entre em contato conosco.
ANARQUIA
SEXUAL
dir. Antônio Melliande
longa-metragem, ficção, 1982
Um instituto de pesquisa reúne um grupo de jovens voluntários para um teste sobre a capacidade de continência sexual. Começam a contestar o projeto ao descobrirem que estão sendo forçados à obediência de regras que não ajudaram a estabelecer.
D'GAJÃO MATA PARA VINGAR
dir. José Mojica Marins
longa-metragem, ficção, 1972
Para se livrar de um crime que cometeu, o capataz Justino coloca a culpa em um grupo de ciganos. O coronel manda então seus capangas matarem todos eles. D'Gajão, o único sobrevivente, inicia uma busca sangrenta por vingança.
A FÊMEA
DO MAR
dir. Ody Fraga
longa-metragem, ficção, 1981
Jerusa vive na esperança da volta de seu marido, que saiu para o mar. Um dia, um marinheiro vem com a notícia da morte do marido. O marinheiro começa a despertar desejos sexuais em toda a família, o que faz a viúva questionar a sua presença.
IMPÉRIO
DO DESEJO
dir. Carlos Reichenbach
longa-metragem, ficção, 1981
Viúva descobre que o marido mantinha uma casa na praia para encontros amorosos. Decidida a reaver a propriedade e com a ajuda de um advogado, embarca para Ilhabela. Porém, coisas estranhas passam a acontecer.
MULHER,
MULHER
dir. Jean Garret
longa-metragem, ficção, 1979
Viúva decide exilar-se no campo e tentar novas experiências sexuais: aproxima-se de Jumbo, seu cavalo de estimação, e de Marta, uma universitária.
NOITE
EM CHAMAS
dir. Jean Garret
longa-metragem, ficção, 1977
Revoltado com sua condição, João planeja explodir o hotel em que trabalha como servente no centro de São Paulo. A trama acompanha a estratégia do funcionário em busca de seu objetivo.
O PRAZER
DO SEXO
dir. John Doo
longa-metragem, ficção, 1981
Após a morte de sua mulher, pai cria o filho sozinho. Tornam-se companheiros de boemia e aventuras amorosas. Cada um se apaixona por uma moça, mas por vários motivos voltam a frequentar a boemia à procura de mulheres.
O SEXO NOSSO
DE CADA DIA
dir. Ody Fraga
longa-metragem, ficção, 1981
Três burguesas insatisfeitas sexualmente, sedentas de novas experiências, alugam um ponto na calçada e, por três noites, fazem programas com pessoas que por ali passam.
VADIAS
PELO PRAZER
dir. Antonio Meliande
longa metragem, ficção, 1982
Três irmãs vivem juntas em uma mansão. Susana, a mais velha, ostenta um puritanismo de fachada enquanto se prostitui. Ao se apaixonar por Marcelo, abandona a atividade e seu lugar é tomado por Márcia, frustrada no relacionamento amoroso.
COMO CONSOLAR VIÚVAS
dir. José Mojica Marins
longa-metragem, ficção, 1976
Ao ver no jornal que três empresários milionários sumiram em um grave acidente aéreo, um ator arquiteta um plano para ficar rico. Ele se passa pelos falecidos maridos e tira proveito das três viúvas solitárias.
ERÓTICA, A FÊMEA SENSUAL
dir. Ody Fraga
longa-metragem, ficção, 1984
Mulher escapa do acidente que matou seu marido, ficando com uma cicatriz no rosto apenas. Julgando-se culpada pelo acidente, entrega-se aos interesses mesquinhos de um gigolô. Um cirurgião plástico vai tentar afastá-la do gigolô.
A FOME
DO SEXO
dir. Ody Fraga
longa-metragem, ficção, 1981
Após flagrar o marido com uma prostituta, Maria Madalena parte para Campos do Jordão, onde resolve desfrutar de seus direitos como mulher. Seduz um adolescente que trabalha numa farmácia local e iniciam um relacionamento.
O M DA MINHA MÃO
dir. Carlos Reichenbach
curta-metragem, documentário, 1979
Documentário sobre o acordeonista Mario Gennari autor de “Baião caçula” e “O M da minha mão”. O filme constrói relações entre a sonoridade das músicas desse compositor e uma percepção da periferia de São Paulo.
MULHERES TARADAS POR ANIMAIS
dir. Ody Fraga
longa-metragem, ficção, 1986
Marta é uma jovem de grande curiosidade intelectual. Livre e liberada pretende escrever um livro sobre a possibilidade de ter relações sexuais com animais. Acompanhada de duas amigas partem para uma fazenda isolada que alugam para realizarem seus experimentos.
PALÁCIO
DE VÊNUS
dir. Ody Fraga
longa-metragem, ficção, 1980
Filha de prostituta que morava no interior foge de casa para encontrar com a mãe. As outras prostitutas iniciam uma greve em busca de uma divisão mais justa dos lucros. A cafetina, para acalmar os fregueses, anuncia o sorteio de uma virgem para aquela noite.
SANGUE
CORSÁRIO
dir. Carlos Reichenbach
curta-metragem, ficção, 1982
Um bancário encontra um amigo poeta com quem viveu intensamente os anos da contracultura. O tempo e a sobrevivência fez os dois escolherem profissões e caminhos existenciais opostos.
SONHOS
DE VIDA
dir. Carlos Reichenbach
curta-metragem, ficção, 1979
Tendo como guia a matéria turística de um jornal de bairro, duas operárias da periferia de São Paulo iniciam uma viagem ao mais próximo balneário de águas termais.
A VIRGEM E O MACHÃO
dir. José Mojica Marins
longa-metragem, ficção, 1974
Dois médicos são chamados para trabalhar no hospital de uma cidade do interior. Um deles começa a cativar todas a moças da região. Quando as mulheres descobrem uma aposta sexual feita entre seus maridos e o forasteiro, decidem revidar.
DEVASSOS E BURGUESES
dir. John Doo
longa-metragem, ficção, 1986
Filho e pai formam dupla famosa na boemia. Quando o segundo se casa novamente, sua mulher não aceita a infidelidade e a consequência disso gera um grande conflito entre ambos.
EXCITAÇÃO
dir. Jean Garret
longa-metragem, ficção, 1977
História de um engenheiro que compra uma casa de praia com o propósito de ajudar a esposa, que sofria de crises nervosas e alucinações. Ela descobre que um homem havia se enforcado ali e é justamente esse o homem que ela vê em suas alucinações.
GOZO
ALUCINANTE
dir. Jean Garret,
longa-metragem, ficção, 1984
Helena, uma noiva insatisfeita sexualmente, é sequestrada e violentada. Filme de sexo explícito na linha sadomasoquista
MEU DESTINO EM TUAS MÃOS
dir. José Mojica Marins
longa-metragem, ficção, 1962
O drama de cinco crianças pobres que vivem infelizes com suas respectivas famílias. Cansados de abuso e desprezo, os amigos fogem de casa e saem a pé pelas estradas, acompanhadas apenas pelo violão e pela cantoria de Carlito, o mais velho deles.
NEM VERDADE
NEM MENTIRA
dir. Jairo Ferreira
curta-metragem, documentário, 1979
Ligéia de Andrade, repórter da grande imprensa, escreve um relatório confidencial sobre suas atividades e, ao mesmo tempo, interroga seus colegas de redação sobre a verdade e a mentira jornalística.
O PARAÍSO
PROIBIDO
dir. Carlos Reichenbach
longa-metragem, ficção, 1981
Radialista de sucesso abandona mulher e filhos e muda-se para uma pequena cidade balneária do litoral de São Paulo. Ali, empregado em uma estação de rádio local, tenta afogar sua frustração existencial em jornadas etílicas, nos braços de uma jovem caiçara e de uma intelectual.
SENTA NO MEU QUE EU ENTRO NA TUA
dir. Ody Fraga
longa-metragem, ficção, 1985
Na primeira parte, a vagina de uma mulher começa a falar de uma hora para a outra, revelando suas opiniões e desejos. Na segunda, homem duplica sua capacidade sexual após o nascimento de um pênis em sua cabeça.
TENSÃO
E DESEJO
dir. Alfredo Sternheim
longa-metragem, ficção, 1983
Jovem professora abandona São Paulo com destino a uma pequena cidade do litoral. Lá ela acaba encontrando o amor de um jornalista, a paixão de um homem casado e infeliz e as atenções excessivas da diretora da escola.
VOLÚPIA
DE MULHER
dir. John Doo
longa-metragem, ficção, 1984
Após perder a virgindade, Cristina é expulsa de casa pelos pais, e parte para a cidade grande. Anos depois, ela dá à luz uma criança com problemas cardíacos. Ela conhece um pintor disposto a ajudar, mas, em troca, terá que posar nua.
ACERVO OZUALDO R. CANDEIAS
Ozualdo Ribeiro Candeias foi registrado em Cajubi, São Paulo, em 1922. Trabalhou como motorista de caminhão, entre outros empregos, até que, no começo dos anos 1950, comprou uma câmera 16 mm Keystone. Começou a fazer filmes caseiros, aprendendo todos os meandros técnicos da máquina de forma autodidata.
Começou a frequentar o Seminário de Cinema do MASP em 1955. Com isso, passou a dirigir documentários institucionais e cinerreportagens e a trabalhar como equipe técnica. Em 1967, realizou o longa de baixo orçamento A Margem, que mudou os paradigmas do cinema feito no Brasil até então, sendo considerado marco do chamado Cinema Marginal e do cinema da Boca do Lixo. Seguiram-se os igualmente irreverentes e experimentadores Meu nome é Tonho e A Herança – iniciando sua parceria com David Cardoso, produtor e ator de Caçada Sangrenta e A Freira e a Tortura.
Candeias foi diretor de fotografia e ator em vários longas-metragens, além de ter feito curtas e médias. Registrou também, através de fotografias, o cotidiano da Boca do Lixo, local que defendia irrestritamente. Em 1981, fez AOpção ou As Rosas da Estrada, que lhe rendeu o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno. Fez ainda dois filmes, dessa vez com apoio público: Manelão, o Caçador de Orelhas e As Bellas da Billings, quase uma despedida da Boca. Depois volta com O Vigilante, e chega a ensaiar outros projetos, mas não consegue apoio. Ozualdo Cadeias falece em 2007.
ACERVO DE FOTOGRAFIAS
A produção de Ozualdo Candeias como fotógrafo foi realizada paralelamente à sua atividade cinematográfica e retrata as pessoas e os costumes da cidade de São Paulo entre os anos 1960-1990. O acervo possui vasto registro fotográfico sobre arquitetura; a rua do Triunfo e arredores; grafites; retratos de personalidades do cinema brasileiro e bastidores de diversos filmes produzidos na Boca do Lixo. Há ainda, inúmeros registros de viagens para Bolívia e Peru, Mato Grosso, Paraná, Brasília e outras regiões do país.
Confira abaixo os filmes de Ozualdo Candeias administrados pela Heco Produções. Para obter informações detalhadas sobre exibições, entre em contato conosco.
O ACORDO
dir. Ozualdo Candeias
longa-metragem, ficção, 1968
Mulher faz acordo com o Diabo, no qual, em troca de proteção para a família, ela terá de entregar uma virgem ao demônio. Episódio de "Trilogia do Terror."
BOCADOLIXOCI-NEMA
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, documentário, 1976
Documentário sobre a festa de final de ano de 1976 na rua do Triunfo.
CINEMATECA
BRASILEIRA
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, documentário, 1993
Documentário sobre as atividades da Cinemateca Brasileira.
LADY
VASELINA
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, ficção, 1990
Adaptação da obra de Tennessee Williams. Prostituta e escritor decadentes entram em conflito com a senhoria do lugar onde vivem.
MEU NOME É... TONHO
dir. Ozualdo Candeias
longa-metragem, ficção, 1969
Criança é raptada por ciganos, com quem passa a viver, sem conhecer seus pais. Já rapaz, Tonho abandona os ciganos e vai viver por conta própria, encontrando em sua trajetória uma bela mulher e um bando de facínoras extremamente violentos.
RODOVIAS
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, documentário, 1962
Documentário institucional sobre a importância econômica e social da malha rodoviária de São Paulo, que estava sendo ampliada pelo governo Carvalho Pinto
SENHOR
PAUER
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, ficção, 1988
Num dia de greve de ônibus, burguês pega carona na carroça de um catador de lixo e começa a explorá-lo até o limite.
A VISITA DO
VELHO SENHOR
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, ficção, 1976
Adaptação do conto gráfico de Poty Lazzarotto que narra a visita de um homem a uma prostituta. Durante a visita, o homem tortura a mulher.
AMÉRICA
DO SUL
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, documentário, 1965
Quatro filmes: o primeiro documenta Santana de Yacuma; o segundo é dedicado aos índios Guarani, do Paraguai. Os outros dois são: um sobre o Carnaval de Puno e outro sobre o lago Titicaca, apenas com a intenção de mero registro.
O CANDINHO
dir. Ozualdo Candeias
média-metragem, ficção, 1976
O filme conta a história de Candinho, um rapaz com deficiência mental que é expulso juntamente com sua família da fazenda onde trabalhavam no interior. Ele parte, então, para a cidade em busca de uma promessa de redenção na figura de uma imagem de Cristo.
ENSINO
INDUSTRIAL
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, documentário, 1962
Documentário institucional que demonstra o progresso do ensino profissional em São Paulo e os novos estabelecimentos para esse tipo de ensino construídos pelo governo Carvalho Pinto.
MANELÃO, O CAÇA-
DOR DE ORELHAS
dir. Ozualdo Candeias
longa-metragem, ficção, 1982
No interior do Centro-Sul, um caboclo doente e pobre é contratado por ricos latifundiários interessados vinganças pessoais. Ele quase não fala, e seu silêncio de matador tem uma marca: arranca a orelha da vítima e a entrega a quem encomendou a morte.
AOPÇÃO OU AS ROSAS DA ESTRADA
dir. Ozualdo Candeias
longa-metragem, ficção, 1981
Mulheres que vivem à beira de estradas lutam por sobrevivência e buscam chegar a regiões mais desenvolvidas, onde há melhores condições de trabalho. Para isso, acabam aceitando todos os tipos de serviços, incluindo a prostituição.
UMA RUA CHAMA-
DA TRIUMPHO 69/70
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, documentário, 1971
Através de fotografias de autoria de Ozualdo Candeias registra-se a região da Boca do Lixo paulistana e as pessoas do meio cinematográfico que por ali circulavam.
TAMBAÚ, CIDADE
DOS MILAGRES
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, documentário, 1955
Documentário sobre a última benção ministrada pelo padre Donizetti, ocorrida na cidade de Tambaú.
ZÉZERO
dir. Ozualdo Candeias
média-metragem, ficção, 1974
Um camponês tem a visão de uma “fada” que o convence a ir para a cidade em busca dos prazeres da metrópole. Lá, só consegue emprego na construção civil, onde o pouco que ganha gasta com apostas na loteria esportiva.
AS BELLAS
DA BILLINGS
dir. Ozualdo Candeias
longa-metragem, ficção, 1987
Um violeiro e seu amigo, vendedor ambulante de ervas medicinais em praça pública, vão passar um fim de semana num casebre da família do primeiro - mãe e irmã, às margens da represa Billings.
CASAS
ANDRÉ LUIZ
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, documentário, 1967
Documentário institucional sobre as atividades beneficentes das Casas André Luiz.
A HERANÇA
dir. Ozualdo Candeias
longa-metragem, ficção, 1971
Filho de fazendeiro volta para casa após a morte de seu pai, encontrando sua mãe casada com seu tio. O falecido volta do além, conta para o filho que foi assassinado e o rapaz promete vingança.
A MARGEM
dir. Ozualdo Candeias
longa-metragem, ficção, 1967
Inspirado em acontecimentos reais publicados em jornais popularescos, o filme aborda o dia-a-dia da população pobre que vive às margens do rio Tietê através das experiências de quatro personagens que, no meio da miséria e da luta pela sobrevivência, tentam se encontrar através do sentimento.
POLÍCIA
FEMININA
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, documentário, 1960
Documentário que apresenta, em tom dramático, as atividades da polícia feminina.
UMA RUA CHAMA-
DA TRIUMPHO 70/71
dir. Ozualdo Candeias
curta-metragem, documentário, 1971
Através de fotografias de autoria de Ozualdo Candeias registra-se a região da Boca do Lixo paulistana e as pessoas do meio cinematográfico que por ali circulavam.
O VIGILANTE
dir. Ozualdo Candeias
longa-metragem, ficção, 1992
O filme conta a chegada de um camponês à cidade. Os tempos são difíceis e não encontrando trabalho facilmente ele torna-se vigilante. Como a maioria dos migrantes, acaba indo morar numa favela, onde acaba tendo de enfrentar uma série de problemas.
OUTROS DOCUMENTÁRIOS REALIZADOS POR CANDEIAS
POÇOS DE CALDAS (1956)
35mm, P&B
Documentário institucional sobre as atrações turísticas da cidade de Poços de Caldas.
INTERLÂNDIA (déc. 60)
35mm, P&B
Documentário institucional apresentando as atividades econômicas, religiosas e sociais da cidade de Espírito Santo do Pinhal.
JOGOS NOROESTINOS (déc. 60)
35mm, P&B
Documentário sobre os VI Jogos Noroestinos, ocorridos em Campo Grande.
MARCHA PARA O OESTE NÚMERO 3 (déc. 60)
35mm, P&B
Documentário institucional sobre os progressos da cidade de Campo Grande.
MARCHA PARA O OESTE NÚMERO 5 (déc. 60)
35mm, P&B
Documentário institucional sobre o desenvolvimento econômico da cidade de Corumbá.
BASTIDORES DA FILMAGEM DE UM PORNÔ (déc. 90)
Documentário que através das fotografias de Ozualdo Candeias registra de forma irônica a realização de um filme pornográfico.
ACERVO CARLOS H. CHRISTENSEN
MEUS AMORES NO RIO
Colorido, Cinemascope, Livre, 92 min
Uma jovem argentina participa, em Buenos Aires, de um concurso de perguntas e respostas pela TV, respondendo sobre o Rio de Janeiro. E ganha, como prêmio, uma viagem à Cidade Maravilhosa, onde vive uma semana de sonho de olhos abertos, no embalo das mais belas músicas e no fascínio das paisagens cariocas. Sete dias agitados pelo vai e vem de três galãs: um aviador, um playboy e um jornalista. Como um caleidoscópio mágico, as três histórias paralelas vão-se desenvolvendo numa vertigem de situações divertidas e românticas, pois os três acabam se apaixonando por ela. Como todo sonho, o da jovem turista também tem seu fim: ela tem que voltar para Buenos Aires. Só lá, longe do feitiço carioca, ela escolherá, finalmente, aquele a quem realmente ama. Primeiro filme brasileiro colorido em cinemascope.
AMOR PARA TRÊS
Colorido, Livre, 85 min
Um jovem casal entra em crise quando Julieta, imprevistamente, chega ao consultório médico de Carlos, seu marido, e o surpreende nos braços de uma fogosa cliente. Não aceita as desculpas do falso Casanova, que jura ter sido vítima da paranoia sexual da tal cliente, e decide divorciar-se. Procura um advogado que conhecia de solteira e que, ao aceitar o caso, apaixona-se por ela. Carlos, que realmente ama sua mulher, encontra uma ótima fórmula para recuperá-la: habilmente, coloca o impulsivo advogado na posição de marido, transferindo todas as desvantagens do “cargo”, enquanto ele adota as aparências simpáticas de um amante, beneficiando-se de todo o charme dessa posição. E tudo isso num turbilhão de situações cômicas e maliciosas.
VIAGEM AOS SEIOS DE DUÍLIA
P&B, 90 min
José Maria, um modesto funcionário público, se aposenta. Solteirão e solitário, aos poucos vai descobrindo que o presente e o futuro nada podem oferecer. Só lhe resta o passado. Resolve, então, viajar a Pouso Triste, no interior de Minas Gerais, a cidadezinha onde nascera e atingira a adolescência. Na verdade, José Maria viaja ao passado, em busca do tempo perdido, à procura de seu primeiro e único amor, Duília, uma linda jovem de 15 anos, que deixara na longínqua cidade ao vir com seus pais para o Rio de Janeiro e que, na noite da despedida, deixara-lhe entrever seus jovens e intocados seios. Em Pouso Triste, o viajante descobrirá a realidade. Aquela doce imagem não mais existe; a mulher que encontra é apenas uma velha senhora, o espectro de Duília, perdida para sempre. Só lhe resta fugir, chorar, entregar-se à idade.
CRÔNICA DA CIDADE AMADA
Colorido, Livre, 110 min
O filme está baseado em onze histórias dos mais renomados cronistas brasileiros, interligados pela presença constante da cidade do Rio de Janeiro. São as seguintes as crônicas: “Receita de Domingo”, “Aparição”, “Aventura Carioca” e “O Pombo Enigmático”, de Paulo Mendes Campos; “O Índio” e “Luzia”, de Carlos Drummond de Andrade; “Um Pobre Morreu”, de Paulo Rodrigues; “O Homem que se Evadiu” e “A Morena e o Louro”, de Dinah Silveira de Queiroz; “Iniciada a Peleja”, de Fernando Sabino e “Mal-entendido”, de Orígenes Lessa.
O MENINO E O VENTO
P&B, 90 min
Um jovem engenheiro vai passar férias numa cidade do interior, numa região fustigada pelos ventos. Lá, conhece um menino, fazedor de biscates, em quem o engenheiro, fascinado, descobre um verdadeiro feiticeiro do vento. Surge uma ligação cada vez mais intensa. A população começa a dar interpretações maliciosas àquela amizade. E quando, um dia, o menino desaparece, o engenheiro é acusado de sua morte, agravado pela suspeita de relações ilícitas. No seu julgamento, o verdadeiro juiz será o vento.
ANJOS E DEMÔNIOS
Colorido, 104 min
Quem são eles? Anjos ou demônios? Num mundo em delírio, em que prevalecem a violência, o crime, os bacanais, os embalos muito loucos, vivem Virgínia e Paulo. Ela é uma adolescente muito linda, que vive com o tio, rico industrial. Ele, um rapaz precoce em malandragens, que resolve subir na vida com seu canivete. É um casal perfeito: um se entrega ao outro na primeira noite em que se conhecem e passam a promover grandes festas na base dos entorpecentes. O escândalo chega aos jornais. E entra na história Henrique, advogado da família que, aos poucos, vai sendo seduzido por Virgínia. Induzido por ela, acabam armando um plano para se apoderar da fortuna do tio, tutor da moça. O advogado o mata. O crime acontece no mar de Cabo Frio, onde o tio tem uma casa. Inesperadamente, Paulo, que afirma haver presenciado o assassinato, começa a fazer chantagem com o advogado. Quando este descobre que tudo é uma farsa, que ele é apenas um fantoche nas mãos do casal, tenta reagir mas, cercado pela turma de Paulo, é agredido e incriminado. No seu julgamento, onde é acusado de tentar violentar a menina, percebendo que não tem outra saída, já que a verdade é tão condenável quanto a falsa acusação, o advogado envenena-se. Paulo e Virgínia são declarados inocentes e, para festejar, dão mais uma festinha pesada, sem imaginar que os está aguardando uma tremenda e desagradável surpresa.
UMA PANTERA EM MINHA CAMA
Colorido, 95 min
As surpreendentes e hilariantes situações que estouram num luxuoso e tranquilo hotel nas montanhas de Petrópolis, quando uma misteriosa “Dama Branca”, uma mulher coberta com um longo véu, começa a visitar, na calada da noite, os quartos dos homens desacompanhados. No meio dessa confusão, Renato, um médico carioca com pretensões a Casanova, e sua bem-comportada esposa, chegam para passar umas férias nesse mesmo hotel. Diante da conduta suspeita do marido, ela resolve mudar de personalidade e, para dar-lhe uma lição, aproveita o clima louco que o hotel está vivendo, para transformar-se na irresistível Dama Branca de seu próprio marido.
ENIGMA PARA DEMÔNIOS
Colorido, 106 min
Elza, bonita e meiga, ao visitar um dia o túmulo de sua mãe, num cemitério de Ouro Preto, pega, quase sem perceber, uma rosa de um túmulo qualquer. Com o mesmo descuido, deixa-a cair na rua, ao voltar para casa. A partir desse dia, o telefone da casa passa a ser um instrumento de tortura. Toca todos os dias e sempre a mesma voz estranha, longínqua, triste, se faz ouvir: - Onde está a flor que você roubou de minha sepultura?
O que, inicialmente, parece um trote, vira um pesadelo cada vez mais terrível. A família muda o número do telefone, procura a polícia. Tudo em vão. A voz continua. Outros fatos, misteriosos e difíceis de explicar, começam a ameaçar o equilíbrio mental da moça. A família, por fim, revela-se como praticantes da Adoração do Demônio e Elza, ao descobrir a verdade, encontra-se no meio de um pesadelo, sozinha e indefesa.
A MULHER DO DESEJO
Colorido, 87 min
Um velho rico, ao morrer, deixa em testamento a casa e outros bens ao sobrinho, que fica obrigado a morar na casa para se tornar seu dono, e também proibido de dispensar o sombrio mordomo que ele e a mulher lá encontram. Estranhos fatos começam a acontecer, a velha casa parece se transformar numa entidade viva e o jovem herdeiro, aos poucos, vai assimilando misteriosamente os hábitos do tio morto. Acaba adquirindo até mesmo as características físicas do velho desaparecido, o que cria terrível conflito para sua mulher, prisioneira daquela casa ameaçadora e daquele pequeno mundo cruel. Já não é seu marido que vive ali, mas o morto nele incorporado.
A MORTE TRANSPARENTE
Colorido, 90 min
Beto, jovem de classe média, é o símbolo de uma sociedade condenada. Tenta, com sua turma, violentar Marlene, linda e rica mulher, que encontra-se sozinha na piscina de sua casa. Acabam fugindo, deixando-a morta. Beto é descoberto pela polícia, mas a mulher, que tinha fingido o afogamento, aparece imprevistamente mas nega-se a registrar a queixa. Nasce uma violenta paixão entre os dois. Mas ela tem um amante, um homem idoso. Beto, dominado pelos ciúmes, acaba matando-o. A partir desse momento, a vida torna-se um inferno para o rapaz, pois ela, por precaução, começa a adiar os encontros. Até que um dia ele descobre que, na realidade, ela tem um outro amante, jovem e muito atraente. Beto tinha sido, apenas, um instrumento nas mãos dos dois. Cego de ressentimento e ainda apaixonado, resolve vingar-se e, armado, invade a casa de Marlene. Mas a vida lhe reserva uma trágica e irônica armadilha: ela está morta, na água da piscina. Chega a polícia. E ele, sem álibi ou explicação, irá pagar pelo crime que realmente cometera, sendo acusado de outro, do qual está inocente.
A INTRUSA
Colorido, 100 min
No pampa, em 1897, dois irmãos, solitários, agressivos e brigões, defendiam sua solidão. Ligava-os uma profunda afeição: inimizar-se com um era contar com dois inimigos. Um dia, Cristiano, o irmão mais velho, leva Juliana para viver com ele. Morena, bonita, Juliana é, na verdade, também uma criada desde o primeiro dia. Mas com ela a discórdia entra, pela primeira vez, naquele rancho. Eduardo, o mais novo, torna-se carrancudo, embriaga-se sozinho, não se dá com ninguém. Leva também uma moça para viver com ele, mas manda-a embora no mesmo dia. Está apaixonado por Juliana, que é propriedade de seu irmão. Uma manhã, Cristiano, vestido com suas melhores roupas, vai a uma farra numa estância vizinha. Despede-se do irmão: “– Juliana fica. Querendo, pode usar”.
Desde esse dia, passam a dividir a mulher. Juliana atende os dois com uma submissão animal. Mas o acordo não podia durar: a união começa a infernizar-lhes as vidas. Um dia, levam-na para a cidade e a vendem para um prostíbulo. Chegam a se acreditar salvos. Mas não resistem: às escondidas, visitam-na no bordel. Quando descobrem, resolvem comprá-la novamente. O retorno à velha convivência é uma trágica experiência. Caim anda com eles. E, açulados pelo minuano, o destruidor vento do sul, um desfecho terrível, quase bíblico, atinge o mundo solitário dos dois irmãos.